Durante um ano e meio, 555 dias, o coração de Stan foi artificial e esteve fora do seu corpo. O que parecia ser uma simples mochila que usava sempre, era na verdade era uma máquina de seis quilos que lhe bombeava o sangue utilizando ar comprimido.

 
Dizer que Stan Larkin não tinha coração não era ofensa, era a verdade. O jovem norte-americano de 25 anos passou 17 meses da sua vida sem o órgão vital dentro do corpo, tendo sobrevivido graças à máquina que o substituía e que trazia sempre às costas, na mochila designada para o efeito. Stan fora diagnosticado com uma cardimiopatia, uma doença hereditária do miocárdio - o músculo do coração - que causa insuficiência cardíaca repentina e só no mês passado recebeu um transplante de coração.

A máquina que foi o coração de Stan - o SynCardia Freedom Portable Driver - foi colocada pelo Centro Cardiovascular Frankel da Universidade do Michigan apenas como medida temporária, pois permite ao paciente viver fora do hospital enquanto não é encontrado um órgão para transplante, explica um artigo científico da universidade.

Um vídeo, realizado pela Universidade do Michigan, conta como foi a vida de Stan durante os últimos anos.

 Enquanto não trazia o coração no peito, o jovem conseguia levar uma vida relativamente normal. Fazia as atividades normais do quotidiano e ainda jogava basquetebol, apesar de ter de trocar a bateria do aparelho várias vezes ao dia.

O coração para transplante de Stan chegou em maio, deixando-o muito aliviado, como seria natural. "Quero agradecer à família do dador e gostaria de conhecê-los", disse em conferência de imprensa. "Todo o processo foi como uma montanha russa emocional, admitiu, aproveitando para chamar a atenção da comunicação social e divulgar a mensagem que tinha inscrita na t-shirt: "dadores de órgãos salvam vidas".

in Diário de Notícias